Resenha: As Crônicas de Nárnia - O Sobrinho do Mago. C. S. Lewis



Se você, assim como eu, conheceu As Crônicas de Nárnia por meio do primeiro filme, O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupas, e se encantou pelos irmãos Penvesie (Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia), saiba que eles não são personagens dessa aventura, pois tudo isso aconteceu muitos anos antes de suas existências.

O Sobrinho do Mago foi o sexto livro de As Crônicas de Nárnia a ser publicado, porém ele é o primeiro na ordem cronológica. O livro fala sobre a Criação de Nárnia e como começaram as aventuras nessa terra fantástica.

“É uma história de maior importância, pois explica como começaram as idas e vindas entre o nosso mundo e a terra de Nárnia. ”

Nessa aventura entram em cena Polly e Digory. Os dois viviam em Londres, apesar de Digory estar infeliz por ter que morar ali, pois seu pai estava na Índia, sua mãe estava muito doente e ele tinha que viver com sua tia Leta e um tio louco.

“- O seu tio é mesmo doido?
- Ou é doido ou então há um mistério nisso. ”

O tio em questão era André, e ele era realmente muito esquisito. Vivia trancado em seu estúdio fazendo experiências secretas com anéis que transportavam qualquer criatura do nosso mundo para outro mundo. Certa vez, Digory e Polly conseguiram entrar escondidos no estúdio de Tio André e quando estavam prestes a sair, deram de cara com o próprio tio André.

“-Duas crianças! Exatamente o que eu mais queria neste momento!”

Polly acabou como cobaia do tio André e, após pegar um anel amarelo, foi parar no Bosque entre Dois Mundos, uma floresta mágica onde existem várias poças d'água no chão que levam a outros mundos. Em seguida, Digory pegou outro anel amarelo e também foi parar no Bosque. Polly estava muito assustada e queria voltar para casa, mas Digory queria explorar os outros mundos e então ele pularam numa poça d'água foram parar em Charn, onde Digory despertou a Rainha Jadis (a Feiticeira Branca), ao tocar um sino. Jadis havia destruído a cidade de Charn após pronunciar a Palavra Execrável, uma analogia à bomba atômica.

"- No lampejo de um instante, uma mulher fez a cidade desaparecer para sempre."

Jadis veio ao nosso mundo quando Digory e Polly tentavam voltar, usando os anéis e criou bastante confusão. Digory tentou levá-la de volta para Charn, junto com Polly. Acontece que, no meio da confusão, tio André, um cocheiro e seu cavalo, Morango, acabaram indo parar em Nárnia no momento em que ela estava sendo criada por Aslam.





“Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas! ”

O cavalo que estava com eles também começou a falar e se tornou alado, passando a ser chamado de Pluma. O cocheiro foi o primeiro rei de Nárnia, junto com sua esposa, que foi a primeira rainha. Tornaram-se os inesquecíveis Rei Franco e Rainha Helena.

Aslam ordenou que Pluma levasse Digory e Polly às montanhas para que pegassem uma maçã, o fruto da eterna juventude, e a trouxesse. O fruto não poderia ser usado em benefício próprio, porém, ao chegarem às montanhas, a Feiticeira tentou Digory para que ele comesse o fruto e que levasse outro fruto para curar sua mãe. Mas Digory resistiu às tentações e cumpriu sua missão, entregando a maçã para Aslam. Por ter resistido à tentação, Aslam lhe deu um fruto de presente para que sua mãe fosse curada.

"O fruto sempre age, filho, mas não age no sentido da felicidade para aqueles que o arrancam em causa própria."

Polly, Digory e tio André acabaram voltando para o nosso mundo. Digory entregou o fruto a sua mãe e ela se curou. Tio André parou de se meter com feitiçaria.
Digory plantou o miolo do fruto no seu quintal, que transformou-se numa linda árvore. Ela não deu frutos mágicos, mas possuía magia. Quando Digory era um homem de meia-idade, já proprietário de uma mansão no campo, uma grande tempestade derrubou a árvore.

“Como não lhe agradasse a ideia de cortá-la e aproveitar a lenha na lareira, o professor utilizou parte da madeira para fazer um guarda-roupa, que foi levado para casa de campo. ”





E adivinhem só que guarda-roupa era esse? Tan tan tan...

Isso mesmo! Era o guarda-roupa de O Leão, A Feiticeira e O Guarda-roupa. Agora sabemos o porquê de as crianças Penvesie puderem chegar a Nárnia por meio do guarda-roupa. E sabemos também que Digory é o professor que acolheu os irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia em sua casa.
Muitas coisas são explicadas nesse livro, por essa razão ele é o meu favorito da serie. Poderia muito bem ser o próximo filme, já que muitas histórias são contadas e depois lança-se o filme com o início de tudo. Ainda torço muito para que essa seja a próxima adaptação e não 'A Cadeira de Prata', como vem sendo anunciado.

Dá para perceber que, além de ser um livro de aventura e fantasia, também traz muitos aspectos religiosos. Isso acontece porque C. S. Lewis era cristão e esse tema é abordado de uma forma sutil nessa e nas outras histórias de As Crônicas de Nárnia. Em O Leão, a Feiticeira e O Guarda-Roupa, Aslam fala a seguinte frase:

"No seu mundo tenho outro nome, você precisa aprender a me reconhecer lá"




Dando a entender que Aslam seria o correspondente a Deus no nosso mundo.

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