Até mais, Ariano.

Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.


          


      Ontem, 23/07/2014, a literatura brasileira ficou um pouco mais pobre. Perdemos Ariano Suassuna.

O escritor, dramaturgo e poeta morreu vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas estará imortalizado em suas obras. Dentre as obras mais conhecidas destaca-se O Auto Da Compadecida, que foi transformada em série e, posteriormente, em filme.



Natural da Paraíba, mas Pernambucano de coração, Ariano foi um forte defensor da cultura nordestina, retratava a vida do nordestino de forma realista e com um toque de humor. Também foi um dos precursores do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.

Ariano exaltava nossa cultura e dispensava o estrangeirismo. Um exemplo de patriotismo. Ele também adorava futebol e seu time de coração era o Sport Clube do Recife. Vivia vestido com as cores do seu time. Também gostava muito do carnaval de Recife.

Eu conheci a obra de Ariano Suassuna durante o ensino médio. Li ‘A História de amor de Fernando e Isaura’ e adorei debater sobre o livro na aula de literatura. A História de amor de Fernando e Isaura é uma espécie de Romeu e Julieta brasileiro, pois também trata-se de um amor proibido que, impedido de ser vivenciado, encaminha-se para uma tragédia. Mas os detalhes eu conto quando for fazer a resenha do livro. Hehe!!
   
  Eu chamava Ariano de ‘tio’, apesar dele não ser meu parente e não me conhecer. Adorava quando ele dava entrevistas e quando cantava “Madeira do Rosarinho”.

Adoraria ter participado de uma de suas “aulas espetáculo”, mas o mais próximo que estive dele foi quando tive aulas no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) com uma professora de português, da qual não me recordo o nome, que era sobrinha dele. Eu espalhava para todo mundo que a sobrinha de Ariano era minha professora.

Enfim... O céu deve estar em festa com a chegada de um ser tão iluminado.

   Até mais, Ariano!!! 

1º Trailer de Cinquenta Tons de Cinza



          Aviso logo que não sou fã do livro, juro que tentei ler, mas não me agradou. Mas como sou uma pessoa que preza pela democracia, então vamos à novidade do dia.
     Saiu o primeiro trailer do filme baseado no best seller Cinquenta Tons de Cinza. *As fãs gritam*
       Como não sei o que comentar sobre o livro/filme, vou deixar só o trailer e vocês tirem suas próprias conclusões. =P

O filme estreia em fevereiro de 2015.


Para os pequenos leitores.





Se você é de Recife, tem criança(s) de férias em casa e quer incentivar a leitura dos pequenos de uma forma lúdica, a dica é levar a criançada ao Shopping Recife onde está acontecendo a feira de livros Book Lovers Kids.

“A Book Lovers Kids é uma feira de livros infantis e juvenis que percorre os melhores shoppings do Brasil levando cultura e diversão com muita literatura.



A feira acontece na Praça de Eventos do Shopping Recife até a próxima sexta-feira, 25 de julho, e conta com mais de três mil títulos infantis e infanto-juvenis, com livros a partir de R$ 3,00. O espaço também oferece um confortável espaços para leitura onde a criançada poderá conferir um pouco dos livros antes de comprá-los.
Além de terem acesso às obras, os pequenos também vão se encantar com a decoração inspirada na Turma Bicho de Livro. 

A Book Lovers Kids ainda conta com o divertido “medidor de leitura”, que mostra o tipo de livro mais indicado para a criança de acordo com a sua altura e idade. 
“Com esta atração, queremos incentivar ainda mais o hábito da leitura e estimular essa paixão nos pequenos”, destaca a gerente de marketing do Shopping Recife, Renata Cavalcanti.



         Eu já fui lá e me encantei com a feira. Comprei um livro para meu priminho de 1 ano e ele adorou. Achei a feira fantástica. A proposta de incentivar a leitura desde cedo é muito interessante e o melhor de tudo, os preços são bem acessíveis.

Corre que ainda dá tempo de aproveitar. ;)

#LeiaParaUmaCriança 


Feira Book Lovers Kids
Onde: Praça de Eventos do Shopping Recife
Quando: até 25 de julho
Entrada: gratuita




Resenha: As Crônicas de Nárnia - O Sobrinho do Mago. C. S. Lewis



Se você, assim como eu, conheceu As Crônicas de Nárnia por meio do primeiro filme, O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupas, e se encantou pelos irmãos Penvesie (Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia), saiba que eles não são personagens dessa aventura, pois tudo isso aconteceu muitos anos antes de suas existências.

O Sobrinho do Mago foi o sexto livro de As Crônicas de Nárnia a ser publicado, porém ele é o primeiro na ordem cronológica. O livro fala sobre a Criação de Nárnia e como começaram as aventuras nessa terra fantástica.

“É uma história de maior importância, pois explica como começaram as idas e vindas entre o nosso mundo e a terra de Nárnia. ”

Nessa aventura entram em cena Polly e Digory. Os dois viviam em Londres, apesar de Digory estar infeliz por ter que morar ali, pois seu pai estava na Índia, sua mãe estava muito doente e ele tinha que viver com sua tia Leta e um tio louco.

“- O seu tio é mesmo doido?
- Ou é doido ou então há um mistério nisso. ”

O tio em questão era André, e ele era realmente muito esquisito. Vivia trancado em seu estúdio fazendo experiências secretas com anéis que transportavam qualquer criatura do nosso mundo para outro mundo. Certa vez, Digory e Polly conseguiram entrar escondidos no estúdio de Tio André e quando estavam prestes a sair, deram de cara com o próprio tio André.

“-Duas crianças! Exatamente o que eu mais queria neste momento!”

Polly acabou como cobaia do tio André e, após pegar um anel amarelo, foi parar no Bosque entre Dois Mundos, uma floresta mágica onde existem várias poças d'água no chão que levam a outros mundos. Em seguida, Digory pegou outro anel amarelo e também foi parar no Bosque. Polly estava muito assustada e queria voltar para casa, mas Digory queria explorar os outros mundos e então ele pularam numa poça d'água foram parar em Charn, onde Digory despertou a Rainha Jadis (a Feiticeira Branca), ao tocar um sino. Jadis havia destruído a cidade de Charn após pronunciar a Palavra Execrável, uma analogia à bomba atômica.

"- No lampejo de um instante, uma mulher fez a cidade desaparecer para sempre."

Jadis veio ao nosso mundo quando Digory e Polly tentavam voltar, usando os anéis e criou bastante confusão. Digory tentou levá-la de volta para Charn, junto com Polly. Acontece que, no meio da confusão, tio André, um cocheiro e seu cavalo, Morango, acabaram indo parar em Nárnia no momento em que ela estava sendo criada por Aslam.





“Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas! ”

O cavalo que estava com eles também começou a falar e se tornou alado, passando a ser chamado de Pluma. O cocheiro foi o primeiro rei de Nárnia, junto com sua esposa, que foi a primeira rainha. Tornaram-se os inesquecíveis Rei Franco e Rainha Helena.

Aslam ordenou que Pluma levasse Digory e Polly às montanhas para que pegassem uma maçã, o fruto da eterna juventude, e a trouxesse. O fruto não poderia ser usado em benefício próprio, porém, ao chegarem às montanhas, a Feiticeira tentou Digory para que ele comesse o fruto e que levasse outro fruto para curar sua mãe. Mas Digory resistiu às tentações e cumpriu sua missão, entregando a maçã para Aslam. Por ter resistido à tentação, Aslam lhe deu um fruto de presente para que sua mãe fosse curada.

"O fruto sempre age, filho, mas não age no sentido da felicidade para aqueles que o arrancam em causa própria."

Polly, Digory e tio André acabaram voltando para o nosso mundo. Digory entregou o fruto a sua mãe e ela se curou. Tio André parou de se meter com feitiçaria.
Digory plantou o miolo do fruto no seu quintal, que transformou-se numa linda árvore. Ela não deu frutos mágicos, mas possuía magia. Quando Digory era um homem de meia-idade, já proprietário de uma mansão no campo, uma grande tempestade derrubou a árvore.

“Como não lhe agradasse a ideia de cortá-la e aproveitar a lenha na lareira, o professor utilizou parte da madeira para fazer um guarda-roupa, que foi levado para casa de campo. ”





E adivinhem só que guarda-roupa era esse? Tan tan tan...

Isso mesmo! Era o guarda-roupa de O Leão, A Feiticeira e O Guarda-roupa. Agora sabemos o porquê de as crianças Penvesie puderem chegar a Nárnia por meio do guarda-roupa. E sabemos também que Digory é o professor que acolheu os irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia em sua casa.
Muitas coisas são explicadas nesse livro, por essa razão ele é o meu favorito da serie. Poderia muito bem ser o próximo filme, já que muitas histórias são contadas e depois lança-se o filme com o início de tudo. Ainda torço muito para que essa seja a próxima adaptação e não 'A Cadeira de Prata', como vem sendo anunciado.

Dá para perceber que, além de ser um livro de aventura e fantasia, também traz muitos aspectos religiosos. Isso acontece porque C. S. Lewis era cristão e esse tema é abordado de uma forma sutil nessa e nas outras histórias de As Crônicas de Nárnia. Em O Leão, a Feiticeira e O Guarda-Roupa, Aslam fala a seguinte frase:

"No seu mundo tenho outro nome, você precisa aprender a me reconhecer lá"




Dando a entender que Aslam seria o correspondente a Deus no nosso mundo.

Ciúmes Literário



Se eu tenho ciúmes dos meus livros??
Com certeza. 
Leitor é ciumento por natureza.  
Tenho mais ciúmes dos livros do que das pessoas.
Se algum dia eu te emprestei um livro, pode crer que eu te considero bastante.
Então, sinta-se especial. 
  


Resenha: O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry





“Livro de criança? Com certeza. Livro de adulto também, pois todo homem traz dentro de si o menino que foi.”  Amélia Lacombe.




“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso.” Antoine de Saint-Exupéry.







O livro é narrado em primeira pessoa e traz a história de um piloto de aviões, possivelmente o próprio Exupéry, que decidiu ser piloto após ser aconselhado, aos seis anos de idade, a deixar de lado a carreira de pintor. Ele desenhou uma jiboia digerindo um elefante e todos os adultos acharam que era um chapéu. Então desenhou o interior da jiboia, a fim de que os adultos pudessem entender melhor, mas foi aconselhado a deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas e se dedicar à história, geografia, matemática, gramática.



“Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma promissora carreira de pintor.”

Bem, aqui cabe uma reflexão. Quando somos crianças, a palavra que mais ouvimos é ‘não’. Quando queremos fazer algo novo vem um ‘deixa de invenção, menino(a)’. Isso acaba tolhendo nossa criatividade e nossa capacidade de inovação. Poucas vezes somos incentivados a nos dedicarmos a algo que realmente gostamos, mas somos sempre aconselhados a estudar as matérias da escola. É claro que estudar é importante, mas acho que as pessoas grandes deveriam incentivar mais a criatividade das crianças.

Voltando ao livro...
      
Certo dia, o piloto sofre uma pane no motor e é obrigado a fazer um pouso de emergência no deserto do Saara. O piloto estava a quilômetros de distância de qualquer terra habitada. Na primeira noite ele adormeceu sobre a areia e ao despertar do dia, uma voz estranha o acordou pedindo para que ele desenhasse um carneiro. Foi aí que ele conheceu o Principezinho.

“Eis o melhor desenho que, passado algum tempo, consegui fazer dele”




O Principezinho insistia para que o piloto desenhasse um carneiro. O piloto tentou desenhar o carneiro para o Príncipe, mas, como fora desencorajado da carreira de pintor, não sabia desenhar carneiros, apenas jiboias abertas e fechadas. Depois de algumas tentativas, rabiscou o seguinte desenho:

“ - Esta é a caixa. O carneiro que queres está aí dentro. ”

E assim, conseguiu agradar ao Principezinho.

O Príncipe gostava muito de fazer perguntas, mas não gostava de responder aos questionamentos do piloto. Aos poucos o piloto começou a descobrir as origens do Principezinho. Ele descobriu que o Príncipe vivia em um planeta pouco maior que uma casa – o asteroide B 612.

O Príncipe contou sobre os dramas que vivia em seu pequeno Planeta por causa dos baobás, árvore que cresce muito, e dos três vulcões, dois em atividade e um extinto, que lá existiam. Ele queria o carneiro para comer os brotos de baobá, evitando assim que eles crescessem.

Com o Principezinho o piloto aprendeu a admirar a simplicidade do pôr do sol. Também aprendi a admirar o pôr do sol após a leitura desse livro fascinante. Não é à toa que o nome do blog é Cores do Pôr do Sol. Gosto das tonalidades das cores que pintam o céu durante o pôr do sol e passei a admirá-lo, ainda mais, nos momentos de tristeza.



“- Quando a gente está muito triste, gosta de admirar o pôr do sol.”

No quinto dia, o Príncipe contou a história da flor que havia em seu planeta, a qual ele julgava ser única no mundo. A flor era muito vaidosa e complicada. Se achava valente como um tigre, por causa de seus espinhos, e dava ordens ao Príncipe para lhe proteger das correntes de ar e do frio. Era bem exigente e fazia o príncipe sentir remorso, mas acho que ele não fazia por mal. Amava o Príncipe, mas era muito vaidosa para admitir. Talvez se sentisse solitária e precisasse de alguém para conversar e admirar sua beleza. Confesso que na primeira vez que li o livro, não fui muito com a 'cara' da flor. Foi necessária uma segunda leitura pra perceber o que ela realmente significava para o Príncipe. Passei a me identificar com a flor.



“É bem complicada essa flor...”

Logo após a discussão com sua flor, o Príncipe resolveu sair em viagem e abandonou o seu planeta. Ele visitou seis planetas antes de chegar à terra: o primeiro era habitado apenas por um rei; o segundo, por um vaidoso; o terceiro, por um bêbado; o quarto, por um homem de negócios; o quinto, um acendedor de lampião; no sexto, um velho geógrafo que escrevia livros enormes. Quando chegou ao nosso planeta, encontrou uma serpente, que lhe prometeu mandá-lo de volta ao seu planeta, através de uma picada.

"Tu é um bichinho engraçado"

O Príncipe atravessou o deserto querendo encontrar os homens do nosso planeta. Ele encontrou um jardim com cinco mil flores iguais a flor que deixou em seu planeta. Também encontrou com a raposa que lhe ensinou o significado da palavra cativar.



“... Que quer dizer “cativar”
- É algo quase sempre esquecido (...) – Significa “criar laços”...”

E foi conversando com a raposa que o Príncipe entendeu que a sua rosa era realmente única no mundo, mesmo existindo tantas outras iguais, pois ela o cativou.

“Foi tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.”

A raposa revelou um segredo ao Príncipe:

“...só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. ”

E é aí que temos a ‘moral da história’. O mais importante não são as coisas materiais, nem os números, mas sim as coisas invisíveis, os sentimentos, as coisas simples que a natureza nos oferece, como as estrelas e o pôr do sol. Deveríamos ser definidos pelo que somos e não pelo que temos. Mas esses valores parecem que foram perdidos.

Continuando a história...
            
No oitavo dia da pane, o piloto havia bebido o último gole de água e, por este motivo, caminhou junto com o Príncipe até que encontraram um poço. Este poço era perto do local que a serpente havia combinado com o Príncipe de aparecer para picá-lo, para que ele voltasse ao seu planeta. A partida dele seria no dia seguinte. O piloto ficou triste, ao saber disto, pois o Príncipe lhe cativou.

O Príncipe lhe disse para que não sofresse, quando constatasse que o corpo dele estivesse inerte, afirmando que devemos saber olhar além das simples aparências. Não havia outra forma de ele viajar, pois o seu corpo, no estado em que se encontrava, era muito pesado. Precisava da picada para que se tornasse mais leve.





Chegado o momento do encontro com a serpente, o Pequeno Príncipe não gritou. Aceitou corajosamente o seu destino. Tombou como uma árvore. E assim, voltou para o seu planeta, enfim.

O piloto conseguiu se salvar, sentindo-se consolado porque sabia que o Pequeno Príncipe havia voltado para o planeta dele, pois ao raiar do dia seguinte à picada, o corpo do Pequeno não estava mais no local. Hoje, ao olhar as estrelas, o piloto sorri, lembrando-se do seu amigo que lhe ensinou tantas coisas valiosas e tão simples.

- Nunca permita que a criança que existem em você, um dia deixe de existir.